Além de diagnosticar, prevenir e tratar doenças do coração, que podem existir ao nascer (congênitas) ou serem adquiridas após o nascimento, como febre reumática, arritmias cardíacas, hipertensão arterial, dentre outras, o cardiopediatra é procurado para afastar doenças no coração diante de uma suspeita clínica.
O cardiopediatra também realiza avaliação para atividade física, parecer pré-operatório de cirurgia não cardíaca e parecer para utilização de medicações que causem alterações cardíacas.
A consulta cardiológica pediátrica é indicada para a avaliação de neonatos, crianças e adolescentes com cardiopatia congênita ou história de sopro cardíaco, cansaço aos esforços, baixo ganho de peso, infecções de repetição, dor no peito, sensação de batedeira no peito, desmaio, coração dilatado e outros.
A cardiopatia congênita é uma das malformações congênitas mais comuns, afetando quase 1 em cada 100 bebês nascidos.
A cardiopatia congênita é uma doença que deve ser acompanhada ao longo da vida, exigindo atendimento especializado em cada fase (desde a gestação, recém nascido, criança, adolescente e adulto – cada fase exige uma atenção especifica).
É crucial encorajar as crianças a se manterem conectadas com um médico especializado em cardiopatia congênita durante toda a vida, que o acompanhará durante a sua adolescência e toda sua vida adulta.
Sopros cardíacos são muito comuns em crianças saudáveis – o chamado sopro inocente. Nesse caso, o coração tem a estrutura e funcionamento normal, apenas o sangue passa um pouco mais rápido pelas estruturas cardíacas gerando o sopro. Isso muitas vezes é precipitado por ansiedade, febre, anemia, entre outras condições não relacionadas com o coração.
O médico vai ouvir a intensidade do sopro, quanto tempo ele dura no ciclo cardíaco e outras características específicas. Tudo isso será analisado para definir se o sopro é inocente ou patológico, com a história clínica. O ecocardiograma poderá ser necessário para confirmar a suspeita diagnóstica.
Se o seu pediatra tiver alguma dúvida sobre o sopro cardíaco do seu filho, ele poderá encaminhá-lo a um cardiologista pediátrico.
Cardiologistas pediátricos têm treinamento especial para procurar problemas cardíacos que afetam crianças.
Lembramos também que, para as crianças que realizam a prática de atividade física competitiva, a avaliação cardiológica é super importante, mais ainda pós covid 19, quando poderá estar indicado também o ecocardiograma com strain.
Toda criança deve realizar pelo menos 1 avaliação cardiológica durante a primeira infância.
Atenção: Qualquer sintoma diferente do normal deve ser conversado com o pediatra que avaliará a necessidade da re-avaliação do cardiopediatra.
O objetivo da avaliação cardiológica pré-operatória em cirurgias eletivas (ou seja, que não sejam urgência ou emergência) é identificar fatores de risco potenciais para a ocorrência desses eventos.
Isso é feito pelo cardiologista através da anamnese, exame físico e avaliação de exames complementares. Dentre os exames, o eletrocardiograma de repouso é o mais disponível e utilizado, mas outros como teste ergométrico, ecocardiograma, Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) e Holter podem ser solicitados a depender da avaliação inicial.
No entanto, alguns quimioterápicos, ou sua associação com a radioterapia, frequentemente utilizados como instrumentos terapêuticos eficazes, podem deixar sequelas cardiovasculares de diversas grandezas, muitas vezes irreversíveis.
A importância do reconhecimento precoce e intervenção em tempo hábil nos diversos estágios das alterações cardiovasculares influencia diretamente na possibilidade de condução mais segura dos protocolos terapêuticos oncológicos, dando chances ao adequado seguimento desses pacientes.
O acompanhamento com o cardiologista deve ser realizado antes do início do tratamento com quimioterápicos cardiotóxicos, durante cada ciclo e após a conclusão do tratamento.
As crianças praticam atividades físicas e esportivas de maneira muito variável, engajando-se na maioria das vezes em esportes recreativos, mas que atingem níveis de moderada a alta intensidade, sendo tão competitivos como nos níveis atléticos e, mesmo não realizando treinamentos sistemáticos, em determinadas ocasiões, superam até os de níveis atléticos.
Torna-se, portanto, impossível, em termos de intensidade e gastos energéticos, uma diferenciação entre atletas e não atletas.
Mas o que é um atleta competitivo?
Atleta competitivo é aquele que participa de um time organizado ou esporte individual que requer treinamento sistemático e competições regulares visando a um objetivo, seja ele prêmio ou excelência na modalidade.
A avaliação [cardiológica] pré-participação esportiva vem se desenvolvendo e se tornando cada vez mais formal, sendo uma atitude legal em alguns países, como a Itália.
Sim. Após o COVID-19, sugerimos que para a realização de atividade física de qualquer intensidade, é recomendado além do parecer cardiológico, a realização do ECOCARDIOGRAMA COM STRAIN para avaliar a função do miocárdio.
A doença cardíaca congênita pode ter uma variedade de sintomas, conforme o tipo da cardiopatia.
Os sinais gerais de doença cardíaca congênita podem incluir:
Nos casos mais graves, esses problemas podem iniciar logo após o nascimento.
No entanto, alguns tipos de cardiopatias podem permanecer silenciosas até a adolescência ou início da idade adulta.
O diagnóstico tardio pode causar complicações.
O acompanhamento pediátrico adequado é o primeiro passo para o diagnóstico.
Seu pediatra poderá identificar precocemente alterações e encaminhar para o cardiopediatra, evitando o diagnóstico tardio.
O Ecocardiograma é um tipo de ultrassom. É muito importante porque avalia, de forma não invasiva, a arquitetura do coração da criança e, através do mapeamento do fluxo de cores, mostra a circulação do sangue nas cavidades cardíacas e grandes vasos, confirmando ou excluindo a presença de defeitos estruturais.
Dispomos de ecocardiograma transtorácico com: Doppler colorido (mapeamento de fluxo em cores), Doppler pulsátil, Doppler Contínuo, Doppler tecidual, Strain.
Para os pequenos, o exame pode ser realizado no colo da mamãe ou do papai, assistindo um filminho (desenho escolhido pela criança).
Não é necessário nenhum preparo específico antes do exame.
Mas para as crianças é importante explicar que é apenas um ultrassom, no qual as imagens do coração são captadas por um transdutor colocado sobre o tórax e transmitidas para um monitor.
O paciente sentirá apenas um gel (tentamos aquecer para o paciente não sentir tão gelado) e um transdutor gentilmente deslizando no tórax. Ah, sempre importante lembrar que na nossa clínica não tem nenhuma agulha ou qualquer material que possa doer nos pequenos.
Essas mudanças circulatórias ocorrem após o nascimento levando de horas, dias ou algumas semanas para se completarem, principalmente nos prematuros.
Assim, a persistência do canal arterial (PCA), a manutenção de altas pressões nos vasos pulmonares e a incapacidade do miocárdio imaturo de bombear sangue contra a resistência vascular sistêmica, repentinamente alta, devido à retirada da placenta ao nascimento, podem levar a uma dificuldade de adaptação cardio-respiratória ao nascimento.
Além disso, a presença de anomalias cardíacas estruturais ou de alterações extracardíacas, como sepse ou hérnia diafragmática, é tolerada de forma diferente nessa faixa etária.
A fisiologia transicional da circulação cardiovascular no período neonatal faz com que esses pacientes possam precisar ser avaliados pelo cardiopediatra.
As razões mais comuns para realização do ecocardiograma no período neonatal são para reconhecer ou excluir doenças cardíacas congênitas estruturais em pacientes com: sopro cardíaco, alteração do teste do coraçãozinho, pacientes em choque, hipoxêmicos, em insuficiência respiratória ou com múltiplas malformações.
A avaliação ecocardiográfica de pacientes internados em unidades de terapia intensiva neonatal se justifica, inclusive de forma evolutiva, para um melhor manejo clínico.
Crianças com doenças cardíacas representam um grupo variado de pacientes, frequentemente caracterizado por malformação anatômica complexa, que necessitam de seguimento durante toda a vida. Assim, estudos seriados podem ser indicados para monitoramento de função valvar, crescimento de estruturas cardiovasculares, função ventricular e seguimento de intervenções medicamentosas ou cirúrgicas.
Sinais e sintomas como cianose, déficit de crescimento, dor torácica induzida por exercício, síncope, desconforto respiratório, sopros, insuficiência cardíaca, alteração de pulsos e cardiomegalia podem sugerir doença cardíaca estrutural.
Além disso, o ecocardiograma pode ser indicado mesmo sem quadro clínico específico em pacientes com história familiar de doença cardíaca hereditária, síndromes genéticas que podem estar associadas à cardiopatia estrutural, exames complementares alterados (ecocardiografia fetal, radiografia de tórax e eletrocardiograma).
Pacientes com arritmias podem ter cardiopatia estrutural, como transposição corrigida das grandes artérias e anomalia de Ebstein, tumores cardíacos e cardiomiopatias. As arritmias sustentadas e o uso de medicações antiarrítmicas podem levar à alteração na função miocárdica, sendo importante a realização do ecocardiograma no manejo clínico desses pacientes.
É um exame coberto por todos convênios/seguros de saúde.
A CardioPED dispõe de um ambiente exclusivo com atendimento a uma ampla rede de convênios.
A arritmia cardíaca consiste em uma alteração do ritmo elétrico do coração, nos quais os batimentos podem estar anormais, irregulares, acelerados (taquicardia) ou lentos (bradicardia).
Podem ser causadas por uma doença no músculo cardíaco, cardiopatias congênitas, medicações, doenças genéticas e infecções.
O principal sintoma são as palpitações (“batedeira no coração”). Entretanto, outros podem ser relatados: falta de ar, tonturas, síncope (desmaio), “sensação de pausa no coração”, dor no peito, sudorese excessiva.
As arritmias cardíacas podem ser assintomáticas. Entretanto, sinais e sintomas que devem ser avaliados, são: palpitações (sensação do coração bater mais acelerado ou devagar), dor torácica, desmaios (síncope), tonturas, sudorese e falta de ar.
O eletrocardiograma (ECG) é um exame importante e simples na avaliação das arritmias cardíacas. Alguns exames complementares podem ser necessários em alguns casos, como Holter 24h, ecocardiograma e o teste ergométrico.
O tratamento das arritmias cardíacas necessita de uma avaliação especializada e pode incluir: medicamentos, procedimentos via cateterismo (ablação) e dispositivos implantáveis para controlar ou eliminar batimentos cardíacos anormais.
Um estilo de vida saudável pode ajudar a prevenir alguns danos e doenças que podem desencadear ou piorar determinados tipos de arritmias cardíacas.
Se você sentir que seu coração está batendo muito rápido, devagar ou de maneira irregular, agende uma consulta médica especializada para melhor esclarecimento e investigação.
Na CardioPED, Dra. Jéssica Laureano é cardiopediatra, especialista em arritmias cardíacas e cuida do coração desde a barriga da mamãe até a idade adulta, ajudando a bater no ritmo certo!
Bebês e crianças com cardiopatia congênita têm necessidades de energia até 20-50% maior do que bebês e crianças saudáveis da mesma idade.